Amizade
Um dia eu e minha amiga encontramos sementes
Um dia eu e minha amiga plantamos as sementes
Todo dia eu e minha amiga cuidávamos do solo
Nasceu uma flor delicada
Uma flor que precisava de cuidados
Uma flor complicada
Um dia minha amiga arrancou uma pétala
Um dia eu me furei com os espinhos
Um dia minha amiga cuidou com carinho
Um dia eu quebrei o caule
Nós desistimos da flor
Tão difícil de cuidar
O estranho é que
eu e ela nunca voltamos
a nos encontrar
Poemas
Tem alguma maldição nos poetas que os fazem ver tudo preto e branco.
sexta-feira, 24 de abril de 2020
Amizade
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quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Fachada
Hoje um grito sufocado rasgou minha garganta
Na noite escura uma chuva quente inundou meu quarto
Um boneco quebrado foi o que encontrei dentro do espelho
quando a chuva me arrastou
E ainda que eu estivesse parado podia sentir meu corpo caindo
Caindo
Caindo
Caindo
Meus lábios foram costurados num sorriso eterno
No parque de diversões que vou todo dia
eu sou o palhaço
O palhaço que cai
Na noite escura uma chuva quente inundou meu quarto
Um boneco quebrado foi o que encontrei dentro do espelho
quando a chuva me arrastou
E ainda que eu estivesse parado podia sentir meu corpo caindo
Caindo
Caindo
Caindo
Meus lábios foram costurados num sorriso eterno
No parque de diversões que vou todo dia
eu sou o palhaço
O palhaço que cai
terça-feira, 28 de junho de 2016
domingo, 17 de maio de 2015
Ponto final
Ponto final
Eu olho para frente e só vejo o fim. Um desastre.
As flores que cuidei com tanto carinho estão morrendo
e elas são jovens demais para isso.
As nuvens feitas das minhas lágrimas querem se despejar em mim
e me afogar.
Os fios vermelhos que esmagavam meu coração foram desfeitos,
e não foi escolha minha.
O fim do túnel está no meu campo de visão,
mas nele só há um muro.
Preto e branco.
Branco e preto.
As cores não estão mais aqui.
Desamparo.
Meu mundo interior está destruído.
Por quê?
Eu não o destruí!
Eu jamais quereria destruí-lo.
Mas, ainda sim, ele está destruído.
Eu olho para frente e não vejo nada.
Nada esperançoso, nada de bom.
Não há ninguém por aqui.
Todos estão ao meu redor.
Nada compartilhado,
pelo menos da parte deles.
Estou só na multidão.
Olho em frente e vejo uma saída.
Será uma boa ideia?
Não há mais nada a fazer.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Benevolência não feita, apenas falada
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TV TV TV TV TV TV TV TV TV TV TV
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sábado, 28 de março de 2015
Baile
A música suave
O ponche de laranja
As conversas correndo soltas
Os vestidos longos
As mãos na cintura e no ombro
Os restos de comida jogadas do estômago para o vaso sanitário
Os flashes das câmeras
E as fotografias penduradas nas paredes
O ponche de laranja
As conversas correndo soltas
Os vestidos longos
As mãos na cintura e no ombro
Os restos de comida jogadas do estômago para o vaso sanitário
Os flashes das câmeras
E as fotografias penduradas nas paredes
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Carta no mar
Carta no mar
O céu vermelho é a carta de uma ruína
a ruína vive em mim
como as estrelas vivem no céu
O vermelho é a cor do líquido que corre em meus pulsos
cheios de desespero
Como aquele sorriso amarelo na grama
com os lábios esticados demasiado e
a gengiva tão visível quanto as nuvens
Uma minúscula esfera azulada
um nada comparado a escuridão em que fica
é onde vivo
tão pequeno, com sobreviventes menores ainda
Aqui todos usam luvas, pois creem que as rosas têm espinhos
todos riem para esconder as lágrimas
Estamos presos em rotinas sem nem um propósito
Minha irmã de dezessete anos trabalha até seus olhos de fecharem sem o seu consentimento
minha amiga de quinze anos mergulhará em todas as palavras que vê enquanto elas existirem
minha prima de dez anos enfia a língua na garganta de homens vinte anos mais velhos
e o que me dizem?
eu os ouço dizer que a minha prima é a mais esperta
Aqui é assim
Nessa pequena bola azul e branca onde eu vivo é assim
O único sorriso que vejo pertence a bola quente de fogo assustadoramente grande em cima da minha cabeça
O único sussurro de felicidade que ouço é do vento forte perto da areia
O único grito de alegria que ouço é das ondas irritadiças com as garrafas de plástico jogadas em suas espumas
ah, o mar!, tão belo!
minhas lágrimas salgadas são doces ao seu encontro
os peixes pequenos que correm em desespero quando me veem parecem tão frágeis e tão fortes...
os lamentos e choros parecem tão insignificantes perto de tanta água
A água, a vida
As sereias me chamam ao seu encontro
dizem que Atlântida não é longe pra quem pertence ao oceano
Eu quero ir
a esse lugar desconhecido
Quero me desprender a dor da terra
e viver livre na água
Uma criança chorou na minha frente
não era birra:
não chorava por fome nem por saudade
chorava como um adulto
chorava por motivos que faziam meus olhos encharcarem
chorava porque as pessoas preferiam usar luvas para proteger-se das rosas
a segurá-las com suas próprias mãos
De fato, o mar me sussurrou algo
as sereias me chamaram outra vez
e eu, fraca, me doei
Atirei-me contra as ondulações geladas
sentindo meus pulmões afundarem com o peso
meus olhos se encharcaram
porém, dessa vez,
se encheram da água fria e salgada
do belo mar que me gritava de alegria
O céu vermelho é a carta de uma ruína
a ruína vive em mim
como as estrelas vivem no céu
O vermelho é a cor do líquido que corre em meus pulsos
cheios de desespero
Como aquele sorriso amarelo na grama
com os lábios esticados demasiado e
a gengiva tão visível quanto as nuvens
Uma minúscula esfera azulada
um nada comparado a escuridão em que fica
é onde vivo
tão pequeno, com sobreviventes menores ainda
Aqui todos usam luvas, pois creem que as rosas têm espinhos
todos riem para esconder as lágrimas
Estamos presos em rotinas sem nem um propósito
Minha irmã de dezessete anos trabalha até seus olhos de fecharem sem o seu consentimento
minha amiga de quinze anos mergulhará em todas as palavras que vê enquanto elas existirem
minha prima de dez anos enfia a língua na garganta de homens vinte anos mais velhos
e o que me dizem?
eu os ouço dizer que a minha prima é a mais esperta
Aqui é assim
Nessa pequena bola azul e branca onde eu vivo é assim
O único sorriso que vejo pertence a bola quente de fogo assustadoramente grande em cima da minha cabeça
O único sussurro de felicidade que ouço é do vento forte perto da areia
O único grito de alegria que ouço é das ondas irritadiças com as garrafas de plástico jogadas em suas espumas
ah, o mar!, tão belo!
minhas lágrimas salgadas são doces ao seu encontro
os peixes pequenos que correm em desespero quando me veem parecem tão frágeis e tão fortes...
os lamentos e choros parecem tão insignificantes perto de tanta água
A água, a vida
As sereias me chamam ao seu encontro
dizem que Atlântida não é longe pra quem pertence ao oceano
Eu quero ir
a esse lugar desconhecido
Quero me desprender a dor da terra
e viver livre na água
Uma criança chorou na minha frente
não era birra:
não chorava por fome nem por saudade
chorava como um adulto
chorava por motivos que faziam meus olhos encharcarem
chorava porque as pessoas preferiam usar luvas para proteger-se das rosas
a segurá-las com suas próprias mãos
De fato, o mar me sussurrou algo
as sereias me chamaram outra vez
e eu, fraca, me doei
Atirei-me contra as ondulações geladas
sentindo meus pulmões afundarem com o peso
meus olhos se encharcaram
porém, dessa vez,
se encheram da água fria e salgada
do belo mar que me gritava de alegria
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sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Escolhas
Eu devia ter feito esse no dia 14 de novembro '^^
Esse poema é para minha prima -v- Vic, feliz aniversário atrasado!
Escolhas
Em frente só há o vazio
um caminho escuro e sinistro
sem estradas
sem previsões
Não há flores
nem cheiro
Nenhuma luz numa brecha
nem uma lacuna para espiar
o que terei de enfrentar
Não posso ir para trás
é impossível
Mesmo que eu queria muito,
sou arrastada,
puxada,
para frente
Não é possível
voltar
Pediram-me para dizer a cor do céu
mas
tudo o que vejo é cinza
Sem cor, sem vida
Sem esperanças
Esse é o interior
de uma jovem desesperançada
Minha linhagem
meus iguais de sangue
meus genitores
não escutam o que meus olhos veem
Não querem ouvir
Não me escutam
Ouvir dizer
que o caminho a frente
é similar a mim
Que esse tem as cores que eu quero
os sons que eu ouço
os cheiros que eu sinto
É minha escolha
Minha terrível e frustrante escolha
seguir o amanhã
e clareá-lo com minha própria luz
Esse poema é para minha prima -v- Vic, feliz aniversário atrasado!
Escolhas
Em frente só há o vazio
um caminho escuro e sinistro
sem estradas
sem previsões
Não há flores
nem cheiro
Nenhuma luz numa brecha
nem uma lacuna para espiar
o que terei de enfrentar
Não posso ir para trás
é impossível
Mesmo que eu queria muito,
sou arrastada,
puxada,
para frente
Não é possível
voltar
Pediram-me para dizer a cor do céu
mas
tudo o que vejo é cinza
Sem cor, sem vida
Sem esperanças
Esse é o interior
de uma jovem desesperançada
Minha linhagem
meus iguais de sangue
meus genitores
não escutam o que meus olhos veem
Não querem ouvir
Não me escutam
Ouvir dizer
que o caminho a frente
é similar a mim
Que esse tem as cores que eu quero
os sons que eu ouço
os cheiros que eu sinto
É minha escolha
Minha terrível e frustrante escolha
seguir o amanhã
e clareá-lo com minha própria luz
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
A vida é...
Um livro com três páginas
todas em branco
e com o final já escrito.
todas em branco
e com o final já escrito.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Fantasia
Fantasia
Há o começo e há o fim
Meus pensamentos são transferidos
para cima das linhas azuis
Todas as flores me observam
falando que minha insanidade não tem olhos
Há o meio e a verdade
A transparência dos seus olhos é opaca
Seus lábios parecem máscaras
Há a luz e a escuridão
Minha borracha apaga minha língua
e meu lápis reescreve os fatos
Os pássaros dizem que meu corpo é negro
e meu rosto é branco
Seus caules me enrolam
e mudam de cor
Também troco,
porém continuo desigual
Numa nova cor que não é a dos meus olhos
Há o começo e há o fim
Meus pensamentos são transferidos
para cima das linhas azuis
Todas as flores me observam
falando que minha insanidade não tem olhos
Há o meio e a verdade
A transparência dos seus olhos é opaca
Seus lábios parecem máscaras
Há a luz e a escuridão
Minha borracha apaga minha língua
e meu lápis reescreve os fatos
Os pássaros dizem que meu corpo é negro
e meu rosto é branco
Seus caules me enrolam
e mudam de cor
Também troco,
porém continuo desigual
Numa nova cor que não é a dos meus olhos
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