domingo, 14 de setembro de 2014

Adolescência

Adolescência

Ela está com medo
Vocês não veem?
Ela está tremendo
Ainda é cedo

Ela está assustada
Vocês não percebem?
Ela quer fugir
Não quer ver vocês
Já foi muito maltratada

"Escreva sobre a felicidade"
Mas ela não sabia o que dizer

Ela está infeliz
Por que não estou surpresa?
A felicidade está embaixo do nosso nariz
Mas foi tampado com uma mesa

Ela está chorando
Vocês não estão ouvindo?
Ela implora
Implora por ajuda
Por que isso?
Por que ninguém está sentindo?

É normal
Todos passam por isso
Todos têm que sentir
Mas ninguém quer saber
Ninguém quer ouvir

Por que ela está sorrindo?
Não está triste?
Por que não diz a ninguém?
Por que ela não quer me ouvir?
Se não eu,
ela terá quem?

Carnal

Esse poema é meio que baseado numa fanfiction que eu fiz :P

Carnal

Num quarto escuro e abafado
sons excitantes são ouvidos
Calor e anseio
Gemidos e gritos

Dois corpos que se encaixam perfeitamente
Duas bocas que se devoram avidamente
Duas línguas que dançam sensualmente

Mãos deslizando em peles cálidas
Movimentos sincronizados
Arquear de costas
Dor e prazer

Após tudo, o bocejo
Olho no olho
Suor escorrendo
Estalos de beijo
Isso seria amor?
Ou desejo?

sábado, 13 de setembro de 2014

Esperança

Esse poema não é meu! É do meu amigo Eduardo Andrade -v-

Esperança

Caminhando para o destino final
campos verdes ficando para trás
casa, família, amigos...
nada sempre marchando em frente

Elfos, fadas, anões, dragões e seu cavaleiros
terras deixadas para trás
famúlias a serem multiladas 
tristeza e desolação

Ao longe, trombetas mortais ecoavam
A mancha negra que cobria céus e terras
O destino final se aproxima
"Que os deuses nos perdoem"

Gritos, sangue, dor, agonia...
Guerreios, heróis de suas terras
Lâminas cruzadas na dança mortal 
Dançarinos no chão aos braços da morte

Dragões dominavam os céus
Sangue banhava a terra
Fumaça e poeira dançavam no ar
"Oh, deuses, me levem para casa"

Com medo e desesperado
Apenas uma coisa o motiva a lutar:
A esperança de voltar para casa
Esperança de voltar para sua amada

Dias se passavam 
Medo e desolação os assombravam
Os inimigos avançavam
Esperanças...

Magias, armadilhas, reforsos
Nada intimidava seus inimigos
"Demônios sanguinários"
"Oh, deuses, um último pedido..."

"Lutem por suas vidas"
"Lutem pelo que amamos"
"lutem.."
a batalha final...

Olhos de predador
passos brutais de uma dança homicida
desejo e ódio
fogo e sangue

O medo dominou seus inimigos
Movimentos hesitantes
Esperança renovada
Desejo...

Ele o encontrou...
O líder das trevas 
Rodeado de cadáveres
Os olhos vermelhos o encarava

A dança mortal
Espadas colidiam
O final estava próximo
"Por favor, que seja eu"

A dança mortal intensificava
"Morra!!"
Um único movimento
O líder jazia a seus pés

Os inimigos sumiam como fumaça
Os heróis hesitavam perante a vitória
Sangue e corpos jogados no chão
A única prova de uma luta

Gritos, abraços e alegria
Vivos...
Nenhum motivo a mais para comemorar
"Obrigado, deuses"

Ela o esperava com lágrimas nos olhos
O abraçou com toda força
Nem a morte ousaria leva-lo naquele momento
"Eu te amo"

Uma flor no deserto

Uma flor no deserto

Os olhos procuram seus desejos
As mãos tateiam suas ambições
As mentes pensam em seus anseios
Presos em suas fixações

Oh, mesmo se eu soubesse o que esses corações sentem,
Ainda que eu curasse suas dores,
Se eu ouvisse seus gemidos sôfregos na madrugada
clamando por ajuda
Implorando o perdão dos seus delitos
Contorcendo suas mentes em suas próprias aflições,
Eles não viriam até a mim

Um suspiro angustiado ecoa em suas gargantas todos os dias
Um tremor assustado
Um sorriso forçado
Um olhar desesperado

Eles procuram algo novo
Querem uma novidade
Mas não veem
Seus olhos estão presos em si mesmos
Suas visões funcionam apenas em espelhos

E mesmo se eles fossem à algum lugar novo
Não procurariam inovação
Porque querem a mesmice
Querem o óbvio
Querem o que é necessário
Afinal, ninguém procura flores no deserto